O Brasil possui quatro tipos principais de aranhas venenosas, classificadas como de interesse médico. Esses tipos requerem tratamento em forma de soroterapia em casos de acidentes envolvendo-as. Há ainda dois tipos que não representam tanto perigo ao homem: são as aranhas de teia e as caranguejeiras.
Possui peçonha proteolítica. Ação local, necrosante, cutânea, sem intoxicação geral alguma, seja do sistema nervoso ou circulatório. Conseqüentemente não há perigo de vida. Tratamento: soro antilicósico, pomadas antinflamatórias, antihistamicas e antibióticos e os acidentes por este gênero são destituídos de importância médico-sanitária.
Apresenta as seguintes espécies: L. erythrognatha, L. nychtemera, L. raptoria. Podem medir 3 cm (corpo) e 5 cm no tamanho total. São habitantes de gramados, pastos, junto à piscinas e nos jardins, possuem hábitos diurnos e noturnos.
Aranha de Jardim (Lycosa sp.)
A peçonha das armadeiras é um complexo de diversas substâncias toxicas, agindo principalmente sobre o Sistema Nervoso Periférico e secundariamente sobre o S. N. Central. Produzem veneno potente, raramente ocasionam acidentes graves.
Apresentam as seguintes espécies: P. fera, P. keyserlingi, P. reidyi, P. negriventer. Podem medir 3 cm (corpo) e atingir até 15 cm no tamanho total. São habitantes de bananeiras, terrenos baldios, zonas rurais, junto às residências, possuem hábitos noturnos e abrigam-se durante o dia em locais escuros (roupas, sapatos, etc.).
Aranha armadeira (Phoneutria nigriventer.)
O Loxoscelismo passou a ser reconhecido no Brasil a partir de 1954. Produzem lesões cutâneas necrosantes por possuirem peçonha proteolítica e não são agressivas.
Apresentam as seguintes espécies: L. laete, L. gaucho, L. similis. Podem medir 1 cm (corpo) e atingir até 3 cm no tamanho total. São habitantes de folhas secas de palmeiras, nas cascas ou sob as mesmas, atrás de móveis, sótãos, garagens, etc., possuem hábitos noturnos. Produzem teia irregular revestindo o substrato.
Aranha marrom (Loxosceles sp.)
As Viúvas Negras fazem teia irregular. São aracnídeos que podem viver aglomeradas em grupos, porém não são aranhas sociais. Havendo falta de alimentos, pode ocorrer canibalismo (alimentam-se de membros da mesma espécie). Seu nome é originado do fato de o macho ser muitas vezes menor do que a fêmea e, na época de acasalamento, ele ter de ser muito veloz na cópula, pois se a fêmea o percebe por baixo de seu corpo, ele é invariavelmente ingerido como alimento.
No Brasil, embora ocorram aranhas do género Latrodectus, o primeiro registro de acidente, com reconhecimento do animal causador, foi publicado em 1985, em Salvador, Bahia. Estas aranhas não são totalmente negras, mas vermelhas e negras; o que lhes deu o gracioso apelido futebolístico de "flamenguinhas".
Sua peçonha neurotóxica possui ação difusa sobre o S. N. Central, medula, nervos e músculos lisos. Geralmente, seu veneno é extremamente potente e mortal.
Porém, a espécie brasileira não oferece perigo aos seres humanos; tanto que não se produz soro, no Brasil, para este tipo de acidente.
Apresenta a seguinte espécie: L. geometricus. Podem medir 1,5 cm (corpo) e atingir até 3 cm no tamanho total. São habitantes de zonas rurais, plantações, etc., possuem hábitos diurnos. Produzem teia irregular suspensa entre a vegetação.
Viúva negra (Latrodectus sp.)
São várias as espécies de aranhas que chamamos de caranguejeiras; porém, apesar de seu grande porte (podem chegar até 30 cm de envergadura), não oferecem perigo quanto ao seu veneno, que é pouco potente e causa dor local discreta. Está relacionada às aranhas de interesse médico porque os pelos que recobrem seu corpo em grande quantidade podem provocar alergias na pessoa que, eventualmente, entre em contato com ela. Esses pelos são liberados pelo animal quando, numa atitude defensiva, raspa as patas traseiras no dorso do abdome, soltando-os e formando uma espécie de "nuvem". Pequenos animais, como cachorros e gatos podem morrer por inalarem tais pelos, que provocarão edema do trato respiratório, matando-os por asfixia.
Caranguejeira
São encontradas em todos os tipos de ambientes: matas, praias, desertos etc. Não são agressivas, procurando fugir no primeiro momento de contato, assumindo uma postura defensiva, se continuar a ser molestada.
As aranhas que conhecemos dos beirais de casas, varandas e matas, que fazem teias simétricas ou muito elaboradas, são aranhas sedentárias, ou seja, permanecem num só lugar para caçar. Seu veneno é tão pouco potente, que elas armam suas teias como armadilhas pegajosas para caçar. Algumas fazem e refazem suas teias todos os dias; outras, armam a teia e a utilizam várias vezes, remendando-a, até que tenham de construir outra nova. Todas as aranhas produzem fios de seda por meio deu uma estrutura de seu abdome, composta de glândulas sericígenas e as fiandeiras (muitas vezes confundidas com ferrões).
Aquelas que fazem teias vistosas, absolutamente não têm interesse médico, pois seu veneno, como já foi dito, é muito pouco ativo para humanos.
As aranhas errantes (aquelas que vão em busca da presa) não fazem teia regular. Limitam-se a produzir fios de seda para forrar o ambiente onde vivem. Nem todas as aranhas que são errantes e não fazem teia regular são de interesse médico; porém, todas as de interesse médico são errantes.
A convivência com esses seres é inevitável pois existe cerca de 35000 espécies de aranhas em todo o mundo com exceção das regiões frias. Apesar de existirem em todos os ambientes, poucas são as espécies de causam danos ao homem. Todas produzem veneno e são peçonhentas, por ser indispensável ao seu modo carnívoro e também à digestão do alimento. Em alguns casos o veneno produzido é extremamente tóxico.
As aranhas estão classificadas na Classe Arachnida, cujos representantes conhecidos são, além delas, os escorpiões, os ácaros e carrapatos. A ordem na qual as aranhas se inserem é a Ordem Araneae. Os representantes dessa ordem apresentam o corpo divido em cafalotórax e abdome, tal como nos crustáceos.
As aranhas possuem o cefalotórax unido ao abdome por um pedículo. Na região anterior do cefalotórax, estão oito olhos simples e alguns apêndices articulados.
As quelíceras são estruturas adaptadas para a captura do alimento, e apresentam a extremidade em forma de garra, dotada de um orifício em que se abre a glândula do veneno. Outro par de apêndices são pedipalpos, úteis para triturar alimentos e, nos machos, para a deposição dos espermatozóides.
Morfologia Externa da Aranha
No corpo das aranhas, as patas articuladas são quatro pares, e não há antenas. Na porção mais posterior do corpo, abrem-se as fiandeiras, estruturas por onde saem os fios de seda e responsáveis por tecê-los, na formação das teias. A seda é produzida pelas glândulas sericígenas, localizadas no abdome. Ao ser exteriorizada, a seda solidifica-se ao contato com o ar. As teias servem como abrigo, proteção, local de acasalamento e armadilha para a captura de insetos e de outros animais, principal alimentação das aranhas.
O sistema digestivo é completo, e possuem hepatopâncreas. Muitas aranhas, ao inocularem o veneno na presa, inoculam também enzimas digestivas, que realizam digestão extracorporal. Após certo tempo, essas aranhas simplesmente sugam os tecidos do animal morto, já liquefeitos e parcialmente digeridos.
O sistema circulatório é aberto, e o sangue contém hemocianina. A respiração é traqueal, único sistema presente em aracnídeos pequenos. Nos maiores, como nos escorpiões e em muitas aranhas, há uma abertura ventral no abdome, que se comunica com os pulmões foliáceos. A estrutura interna desses órgãos assemelha-se a um livro com as folhas entreabertas, cujas lâminas delgadas são vascularizadas e permitem a ocorrência de trocas gasosas entre o sangue e o ar.
Esse tipo especial de respiração pulmonar é chamada respiração filotraqueal.
A excreção é realizada por meio de tubos de Malpighi e, em aracnídeos maiores, pelas glândulas coxais, localizadas no cefalotórax. O produto de excreção nitrogenada mais importante, nesses animais, é a guanina.
As aranhas possuem sexos separados (dióicos), porém freqüentemente os machos são menores que as fêmeas, podendo distinguí-los que apresentam no ápice dos palpos.
Na época da reprodução, o macho tece um casulo de seda, no qual deposita uma gotícula com os espermatozóides; estes são tomados nas cavidades de seus palpos, para mais tarde serem introduzidos na cavidade genital da fêmea, onde ficam armazenados no receptáculo seminal. Após a fecundação, a fêmea deposita os ovos envolvendo-os com um casulo de seda denominado ooteca.
Fonte: www.cb.ufrn.br
Como Capturar Aranhas
Inverta um recipiente qualquer (vidro, lata ou caixa de madeira) sobre o animal;
Introduza delicadamente uma folha de papel por baixo do animal;
Desvire o recipiente com cuidado e tampe evitando gestos bruscos e
em seguida, fure a tampa e coloque junto ao animal um chumaço de algodão embebido em água.
1. Não submeta a aranha ao calor ou ao frio excessivos e coloque apenas uma por recipiente.
2. As aranhas capturadas podem ser entregues pessoalmente ou enviadas ao Instituto Butantan.
3. Se o recipiente for de vidro, proteja-o para que não se quebre durante o transporte.
Fonte: www.geocities.com